Resistência na fé.
O grupo de Penitentes de Genezaré vem resistindo ao tempo. Durante o evento do Dia da Consciência Negra na Casa Grande do Infincado ele se apresentou dentro e fora da antiga edificação. Conversei com o seu Deca Pinheiro, o mais idoso e mestre Tesouros Vivo do Ceará, ele externou a sua preocupação com o futuro desta tradição milenar, que poderá desaparecer pela falta de interesse dos mais jovens em dá continuidade. A mesma preocupação vem de outro penitente, o senhor Joaquim Camilo, que há mais de 60 anos assumiu a condição de penitente. “Eu sinto a falta de interesse das gerações mais novas. E não sabemos como fazer para incentivá-la a manter essa tradição cristã”, revelou.
Por lá se encontrava uma das maiores entusiastas por esta cultura religiosa. É a professora Galega Rodrigues. Ela nasceu e passou boa parte da sua infância acompanhando as apresentações públicas dos penitentes, como também, nos momentos de adorações na igreja, ou recomendando a alma dos defuntos e confortando as famílias enlutadas. Galega, há muito tempo, vem preparando projetos de motivação dos jovens, para que criem amor por esta manifestação de caráter humanitário e de afirmação na fé cristão.
“Na verdade, eu sempre fui motivadora da tradição, desde criança e depois na condição de professora. Agora, depois de me aposentar, estou me dedicar totalmente a esta cultura. A fim disso, estou fazendo um projeto para levar o grupo de penitentes a todos os cantos, inclusive e principalmente nas escolas, onde encontramos o público que deve ser motivado para manter a tradições, que são as crianças e os adolescentes”, pontuou Galega.