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Assare

As olimpíadas do sertão.

Publicada em 31/07/24 às 21:02h - 52 visualizações

Jesus Leite


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As olimpíadas do sertão.
 (Foto: Jesus Leite)
 Os educadores físicos, que saem quentinhos das faculdades, bem que tentam disseminar as inúmeras modalidades de jogos, que fazem parte das centenárias Olimpíadas, mas pouco avançam. Nas cidades maiores aqui do Nordeste, ainda se praticam o vôlei, o basquete e poucos outros, enquanto nos redutos populacionais menores, nem isso. Apenas o futebol em todas as suas versões, se adaptou ao ambiente sertanejo, assim como em todas as regiões brasileiras. 
    Aqui mesmo em Assaré o futebol chegou definitivamente em 1950, através de um engenheiro que atendia pelo nome de Acácio Maia de Jesus. Era um baiano, que veio prestar serviços ao antigo Posto do Fomento, órgão do Governo Federal instalado em alguns municípios. Conhecedor das regras, Acácio chegou ao Município trazendo bolas de couro, (desconhecidas por aqui, pois a rapaziada fazia a bola de bexiga de boi ou de meia), muitos pares de chuteiras e vários ternos. Foi chegando e tomando as providências. De imediato, conseguiu um terreno para fazer o campo nas medidas oficiais da época. Feito isso, passou a ensinar aos rapazes e meninos a lidarem com o ‘balão do couro’ apropriado a este esporte. 
Em pouco tempo, Acácio já contava com duas equipes prontas, que passaram a competir com times de outras cidades maiores como Crato e Juazeiro do Norte, onde o futebol já existia há anos. E pelo desempenho dos atletas locais, o instrutor os comparava aos grandes jogadores da época, como Leônidas da Silva, Jair do Rosa Pinto, Zizinho e outros. Nomes conhecidos aqui apenas pelo rádio.
     Sobre a adaptação tão fácil do futebol às terras brasileiras, eu lembro de um comentário do famoso jornalista esportivo João Saldanha. Dizia ele no seu livro “Subterrâneos do Futebol”, se não estou enganado:
- Você chaga na Europa e pergunta ao menino que treina futebol todo uniformizado, sobre um campinho bonitinho, gramado e muito organizado. “Menino qual é a sua posição”? Ele responde que desde criança se especializa em uma delas, unicamente. Aqui no Brasil quando você chega à beira de um campinho de poeira, chama o menino que treina, usando calção rasgado e pés descalços e pergunta pra ele: “Meu filho, qual é a sal posição?”, ele responde rapidinho: “Do gol à ponta esquerda, o senhor pode soltar a bola”. 
   Então, não existe um esporte mais apaixonante do que o futebol para o povo brasileiro. Acho que por entender que as quadras que constrói só servem mesmo para o futsal, o Governo do Ceará, recentemente aderiu definitivamente ao futebol e vem construindo nos municípios, centenas de campinhos gramados para se praticar este esporte, que ele batizou por “areninhas”. Faz um sucesso total. Aqui mesmo em Assaré existem duas e o prefeito está construindo mais uma. Os praticantes do futebol, velhos e novos, organizam seus times e jogam até pela madrugada, todos os dias. Para atender a tão grande demanda, somente na cidade, seria necessário cinco areninhas e duas em cada distrito.
      De tanto o brasileiro gostar de futebol, eu acho que o escritor Jorge Amado, esqueceu de anexar este esporte no título do seu livro de estreia no mundo literário, “País do carnaval, cacau e suor”. Era para ter acrescentado o futebol, ou seja: País do carnaval, cacau, suor e futebol”
Na semana passada ocorreu aqui em Assaré a tradicional vaquejada, inclusive inaugurando o novo parque construído recentemente. Foram quatro dias de “derruba de boi”. Impressionante o tamanho do público que acompanhava o desempenho dos vaqueiros na pista. Só que todo final de semana tem vaquejada nas cidades e nos sítios. Quando elas são menores, a premiação reduzida, chamam de “bolão”. Quase que ninguém por aqui se sente atraído pelas olimpíadas que estão se iniciando, desta vez em Paris.  
       Sobre elas, me disse o professor Crispim dono de cavalos e amante de vaquejadas: “Já pensou se inserissem as vaquejadas nordestinas e os rodeios do Sul e do Sudeste às Olimpíadas? Não seria nada estranhos. Pois já entrou esportes praticados em países menores do que o Brasil e menos apreciados do que as vaquejadas e os rodeios, porque não podem entrar?”
       Eu concordei com o professor. Só assim, as Olimpíadas, teriam um novo e grande público. E o Brasil mostrava ao Mundo que sabia fazer esportes olímpicos também pela tradição do seu povo.



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